You see things and you understand. You are a wallflower.
A vida é monótona quando não se tem alguém para amar intensa e loucamente.
Sou uma pessoa extremamente apaixonada pelo amor, pela troca de olhares, as borboletas na barriga, os sorrisos bobos e as pupilas dilatas. Puta clichê idiota.
O amor tem uma beleza instigante pra mim. Ver duas pessoas que escolheram se amar é algo que definitivamente mexe comigo.
Eu amo o amor.
A ideia de que um outro alguém te escolha para amar, alguém que decida ficar, não por ter seu mesmo sangue, ou por um interesse no que você pode oferecer, mas porque, e simplesmente, porque um sentimento grande o suficiente o fez ficar: o amor. Ficar e decidir dividir uma vida contigo, família, filhos, casa, quarto, cama. Escolher tua companhia ao longo dos anos e encaixar sonhos, planos e metas. Isso é lindo, não?
É lindo e pra mim é uma magnífica utopia.
Um sonho de manhãzinha enquanto o sol tenta aparecer
Essa ideia, bonita demais pra ser verdade, me soa apenas como um devaneio. Parece que é uma realidade que nunca chegaria pra mim, como se eu fosse incapaz de poder provar um pouco desse tão lindo sentimento.
Esses últimos dias reassisti “As vantagens de ser invisível”, e inclusive a todos que se se sentem invisíveis, assistam, e a tão famosa frase fez mais sentido do que nunca para mim.
Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.
Eu amo o amor, mas não acho que eu seja merecedora de um grande e intenso amor, ou que pelo menos ele não seja feito pra mim, mesmo esse sendo o maior de meus sonhos. E isso, isso é o que muitas vezes nos leva a cometer as maiores burrices.
No começo do ano passado aceitei ficar com um cara que absolutamente todas as pessoas que o conheciam me falaram para não ficar com ele. Eu nunca tinha ficado com ninguém e pela primeira vez alguém tinha se interessado em mim. Ele quis primeiro. Tive medo de nunca mais ser querida por alguém e que aquela seria a minha chance. O final vocês já devem ter previsto.
O que quis destacar é que às vezes nos submetemos à situações e “““amores””” que com certeza não merecemos, por medo de não sermos suficientes para um real amor.
| Quando eu digo “nós”, quero dizer “eu”, mas sinta-se à vontade para se identificar. |
A verdade é que dói muito mais a solidão do que um amor que não merecemos.
Um amor raso, ainda que raso, continua sendo um amor. E às vezes estamos tão cansados de nos sentirmos insuficientes que esse precário e podre “amor” serve para mascarar essa dura sensação de nunca se sentir amável.
São tantas pessoas no mundo e tantas pessoas diferentes e a única coisa que passa na minha cabeça é como ninguém me escolhe. E me permitam tomar a cidadania de Coitadolândia agora, por favor. A sensação de nunca ser a escolhida, de nunca ser a amiga que aquele menino escolheu, de ver todos as pessoas que você gostou gostando de outras, bem na sua frente, de ser sempre a porra da poeta e nunca a porcaria do poema. Será que realmente eu sou invisível? Será que tem alguém me vendo? Alguém sonhando comigo? Alguém esperando pelo meu jeito totalmente sem jeito de ser?
Será que alguém seria corajoso o suficiente para amar a minha intensidade e me escolher, verdadeiramente? Será que alguém ainda vai vir e ficar?
Eu não sei. Eu não sei e até que, se essa pessoa existir, ela apareça, o que eu faço? Porque essa pessoa já tem milhares de poemas, centenas de músicas e muito, muito, muito mesmo do meu amor que tanto assusta aos outros.
É que eu sempre sinto muito, mas nunca me perdoo por isso. E tem sido tão frustrante me jogar de cabeça em pessoas rasas, que acho que não existem mais pessoas profundas que me caibam e que também me afundem com seus tantos.
Eu só queria amar e me sentir amada. Só queria que alguém verdadeiramente ficasse.
E bom, pra esse texto eu não vou ter um final poético dizendo que está tudo bem. Até porque não está tudo bem em não se sentir amável.
Pura poesia em todas as suas nuances. Que bela arte. Um tela pintada a palavras. Tudo me encantou e me fez um retrato falado tão nítido de mim,que me reconheceria se não fosse mais eu.