Comecei a escrever aos meus 12 anos. Uma idade, que nós mulheres sabemos, um tanto transtornada. Aos meus 12 anos, no ápice da pandemia, eu tinha um caderno, uma solidão e uma melancolia. Escrevia sobre minha ânsia de querer a todo custo me livrar da solidão, mal sabia eu que com ela aprendi tudo, ou a maioria, sobre mim.
Começar a escrever foi um ato de defesa pra mim. Foi a forma que encontrei de não ficar surda com as vozes dentro de mim. Eu estava completamente fraca naquele momento, ainda bem, porque então, escrevi.
Escrever sobre o que?
Escrever não é algo que você planeja, estuda ou estrutura perfeitamente. Bom, pode ser feito assim. Mas a escrita fluida, aquela que realmente transcreve o que sentimos, pensamos, agonizamos ou amamos, essa é livre. Todos temos a livre licença poética de catar um caneta que você roubou no chão da sala e um caderno atoa e, simplesmente, escrever.
“Ainda sim não sei sobre o que escrever”. Se você ainda não escreve deve estar com essa frase te martelando e tudo bem. Aí vai um:
Guia de uma escrita libertadora para iniciantes
Ok, vamos lá. A escrita tem o poder de ser extremamente libertadora, mas somente se você se abrir a ela.
Seja humilde, as palavras não precisam ser extremamente rebuscadas. Seja criativo, deixe suas ideias mais esquisitas saírem pro papel, ou pro computador. Seja livre do medo de julgamentos, nenhuma banca de gramática da língua portuguesa vai analisar seus textos. E seja real, escreva o que você realmente quer.
Um passo a passo seria ainda mais útil, não?
Comece.
Apenas comece. Comece com um “oi”, um “querido diário”, um “não sou muito boa com textinhos, mas vamos lá”, ou um simples “porra”.
O importante é começar com o que você está sentindo.
Vai parecer meio humilhante, mas lembre-se, escrever é para os fracos mesmo.
Não se preocupe se vai estar fazendo sentido ou não.
Se você está passando por alguma fase mais difícil, confusa ou complicada, sua escrita irá refletir isso, mas com a prática as coisas ficam mais ajeitadas, tanto na escrita, como na vida.
Não precisa escrever muito.
Quando quiser pouca, escreva pouco. Não se culpe por isso.
Releia o que você escreveu sempre.
Assim, sua mente irá organizar muito mais fácil sua situação e pode ter certeza que você ficará bem mais calmo.
Escreva pra você.
As pessoas não precisam saber o que você escreve. Escreva para deixar sua mente gritar no papel e não te deixar surdo.
Bom, acho que deu para ter um início, né? A partir de agora é com você e seu papel.
Recorro a literatura como a salvação de tudo que há em mim - Charlie Barkley
Portanto, pessoas que escrevem são sim pessoas fracas, mas que encontram suas forças renovadas em meio as letras, palavras, frases e orações. Afinal, que graça teria ser forte se assim não encontrássemos a escrita?
doces beijinhos, mel.
ótimo texto <3 adorei
perfeito